terça-feira, 12 de julho de 2016

O TABELIÃO








































                  OS CONTOS DE MANFER
                 
                  O TABELIÃO
                 
Na minha aldeia, o meu avô paterno, Manuel Ferreira, era um autêntico tabelião popular.
Muitos dos habitantes recorriam aos seus préstimos, quer fosse para escrever uma carta, um contrato de compra ou venda, ou para fazer a partilha de uma herança.
Este meu avô pertencia a uma família abastada mas o seu pai, meu bisavô, viciou-se no jogo da manilha e perdeu o que tinha e não tinha.
Isso levou o meu avô, mais tarde, a proibir aos filhos qualquer espécie de jogo.
Tudo isto, bem como o relato seguinte, me foi contado por meu pai, António Ferreira, nas grandes noites da minha infância, em que ele obrava verga e me falava de muita coisa da sua juventude.
Contou-me, também, que o meu avô era um homem que tinha várias actividades, que foi muitos anos mestre de lagar de azeite, pequeno agricultor que vendia semanalmente os seus produtos agrícolas e pecuàrios nos mercados da região de Torres Novas, Ourém e Tomar. Que ele possuía muitos burros para o seu trabalho e para alugar às pessoas para se deslocarem aos referidos mercados.
 Meu avô era o dono, também, de uma propriedade chamada Ribeira, ou casal, que tinha uma casa de habitação e um palheiro para guardar os burros, o que, afinal, é a principal razão de te contar esta história, pelo facto de o meu avô ser, também, um homem que amestrava alguns dos seus burros, para fazer o transporte da sua casa na aldeia para a dita propriedade, e vice-versa, sem que fosse preciso mandar alguém a conduzi-los.
Seguindo esse exemplo, há muitos anos, tentei amestrar um burro do meu pai, mas o sujeito era tão teimoso, que só avançava quando eu, indo por trás, lhe puxava o rabo.
Isto, pode crer, é uma história verdadeira.

Manfer
®
Torres Novas, 1/06/2015
Foto: Manuel Ferreira (Avô)

segunda-feira, 11 de julho de 2016

ACREDITAR NO AMOR
































Manuel Mar.”Poesia”

ACREDITAR NO AMOR

Quando o amor aparece na vida,
Começa a bater forte o coração,
E a alma fica muito enternecida,
Pelo desabrochar da sua paixão.

Mas é preciso acreditar no amor,
E vivê-lo sem entrar em fantasia,
E evitar situações de melancolia
Que conduzem à tristeza e à dor.

O amor nunca suporta ser tumba,
Bem adornada de rosas murchas,
Porque só quer ser alegre e feliz.

E se no primeiro exame chumba,
Cada um lá leva as suas trouchas,
Porque ninguém quer ser infeliz.

Manuel Mar.
Torres Novas, 12/07/2016

Foto: Net

PORTUGUESES CAMPEÕES EUROPEUS DE FUTEBOL DE 2016








































Manuel Mar. ”Poesia”

PORTUGUESES CAMPEÕES EUROPEUS
DE FUTEBOL DE 2016

Portugal, que foi a maior Nação
No antigo tempo da descoberta,
Deixou a Europa de boca aberta,
Ao fazer-se da Europa Campeão.

A França jogou só com crueldade,
E maltratou o capitão português,
Mas foi depenado o galo francês,
E Portugal jogou com humildade.

Mas não lhes valeu mesmo nada,
Terem lá tratado mal o nosso Rei,
Porque a garra dos outros bastou.

Até o Napoleão perdeu a jogada,
Quando nos quis mostrar sua Lei,
Mas ele também bem nos roubou.

Manuel Mar.
Torres Novas, 10/07/2016

Foto: Net

O VIGARISTA




























Manuel Mar. “Poesia”

O VIGARISTA!

Mote
Ter olhos bem abertos,
O mundo é dos espertos.
Mas para pagar e morrer,
O melhor é nunca correr.
I
O vigarista é um espertalhão,
Que vive à custa dos papalvos,
Dele não estamos nunca salvos,
Todo o vigarista é um aldrabão,
Que sabe escolher bem os alvos,
E faz os outros serem os parvos,
Quando apanham uma ocasião,
Jogam com quem é interesseiro,
Induz o ganho fácil do dinheiro,
E cai na esparrela o parvalhão.
II
São mestres no conto do vigário,
Simulando fazer um bom favor,
E começam sempre por propor,
Bom negócio do tipo da China,
E logo o freguês bem se anima,
Cai na esparrela como otário.
Ele compromete-se a lá voltar,
Depois das voltas que vai dar,
Então o vigarista desaparece,
Mas dessa forma se enriquece.
III
Basicamente é só com engano,
Que um vigarista se aproveita,
É bem conhecida a sua receita,
Mas cai lá sempre mais gente,
E que continua tão frequente,
Dada a avidez do ser humano,
Nódoa que cai no melhor pano,
O vigarista todo engravatado,
Faz clientes em qualquer lado,
Mas só para lhes causar dano.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 11/07/2016

Foto: Net

domingo, 10 de julho de 2016

O AMOR É INSACIÁVEL









































Manuel Mar. “Poesia”

O AMOR É INSACIÁVEL

O teu toque a minha pele seduz,
E deixa o meu olhar adormecido,
E a tal ânsia de amor me conduz,
Ao intenso desejo de apagar a luz,
E contigo fazer o amor apetecido.

O teu toque hipnotiza-me a alma,
E deixa tão frenético meu coração,
Que muito excitada perco a calma,
E deitada sobre a roupa bem alva,
Estremeço e quase louca de paixão.

Todos despidos mas bem abraçados,
Deliramos nesse jardim das delícias,
Momentos que foram tão desejados,
Mas que nunca nos deixam saciados,
Depois dessas maravilhosas carícias.

Mas a áurea celeste da sexualidade,
Causada pelo exercício do sexo puro,
Não sacia as almas em profundidade,
E provoca a euforia com intensidade,
Que só pede que se repita no futuro.

O sexo não é alimento nem nos sacia,
Mas é só ele que se desenvolve a vida,
Que é uma fonte de prazer e alegria,
Une o homem e a mulher a cada dia,
Para gerar filhos de forma divertida.

Manuel Mar.
®
Torres Novas,10/07/2016

 Foto: Net

sábado, 9 de julho de 2016

A ALMA RIBATEJANA

 CONSTÂNCIA - RIBATEJO - PORTUGAL






































ESTÁTUA AO POETA LUÍS DE CAMÕES EM CONSTÂNCIA,
TERRA ONDE ELE TERÁ VIVIDO ALGUM TEMPO, SEGUNDO
A TRADIÇÃO POPULAR, E ONDE FOI HOMENAGEADO.


Manuel Mar.”Poesia”

A ALMA RIBATEJANA

A gente campesina do Ribatejo,
Poderia ser bem mais orgulhosa,
Sua grande riqueza é o Rio Tejo,
A Obra de Camões maravilhosa.

O seu colossal poeta consagrado,
Que deu tanta glória a Portugal,
Deveria ser mais homenageado,
Neste seu tão amado país natal.

Mas ninguém se poderá esquecer,
Que o Ribatejo é alma da Nação,
É o Tejo que faz todos trabalhar.

O povo do Ribatejo é rijo a valer,
Neste País não há maior coração,
O gado bravo nunca irá acabar.

Manuel Mar.
Torres Novas, 9/07/2016

Foto: Net

AS MÁGOAS DA MINH'ALMA...






















Manuel Mar. “Poesia”

AS MÁGOAS DA MINH’ALMA…

Os meus olhos rasos de água,
Dizem que a vida corre mal,
Mostram também a mágoa,
Que a sua alma lhe magoa,
De viver esta crise infernal.

Nunca vivi com muita sorte,
E ando farto de tanto sofrer,
Minha alma receia a morte,
Sem dinheiro, gastei o dote,
Passando fome vou morrer.

São lágrimas do desespero,
Que tortura a minha alma,
A sorte que eu mais quero,
Com o desejo bem sincero,
É só viver tudo com calma.

Este azar que me persegue,
Também é para todos igual,
O nosso país não consegue,
Só por andar mal entregue,
Governar melhor Portugal.

Todos protestam com razão,
Mas se esta vida não mudar,
Vai-se gerar maior confusão,
Sujeito a dar um trambolhão,
Eu jamais deixarei de chorar.

Manuel Mar.
®
Torres Novas,9/07/2016

 Foto: Net

sexta-feira, 8 de julho de 2016

A VEIA POÉTICA





























Manuel Mar.”Poesia”

A VEIA POÉTICA

Há mais de meio século na poesia,
Faço versos ao correr da inspiração,
Decorei textos de Camões e Platão,
Grandes poetas de imensa filosofia.

Mas tenho lido poemas aos milhares,
Desde que há a poesia no Facebook,
Onde se encontram poetas vulgares,
Alguns de categoria e muito truque.

Mas a veia poética que uso é minha,
E escrevo da forma que dá na gana,
Até faço letras de canções e cantigas.

Gosto de escrever como em ladainha,
Com o respeito de natureza humana,
E tenho paixão pelas poesias antigas.

Manuel Mar.
Torres Novas, 8/07/2016

Foto: Net

O HOMEM NÃO CHORA!?



















Manuel Mar.”Poesia”

O HOMEM NÃO CHORA!?

Homem não chora na despedida,
Mesmo que a saudade lhe aperte,
Aposto que não, mas caso acerte,
Irei lá no momento dessa partida.

Quando se faz forte e não chora,
Só se aguenta à hora da partida,
Mas, depois, na viagem implora
A Deus que o ajude na sua vida.

Mas uma lágrima dessa tristeza,
Começa a balançar no seu olho,
E escorre molhando-lhe o rosto.

Não foi por covardia de certeza,
Foi a saudade que o fez escolho,
Porque a partida dá o desgosto.

Manuel Mar.
Torres Novas, 8/07/2016

Foto: Net

SONHO DE AMOR































Manuel Mar. “Poesia”

SONHO DE AMOR

Levado pela calada da noite,
Sorrindo em sonhos,
Com minha amante,
Ela tapou-me os olhos,
Antes de seguirmos,
E encheu-me de beijos ardentes,
Que me incendiaram a alma.
Depois, já tão bem abraçados,
Iniciámos uma apaixonada
E feliz relação de amor,
Que só acabou,
Quando deslumbrado,
Então acordei.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 8/07/2016

Foto: Net

AMOR EXACERBADO





































Manuel Mar.”Poesia”

AMOR EXACERBADO

Passo os dias deveras transtornado,
Por ela me dar amor às pinguinhas,
Sinto-me picado como por espinhas,
E, não estou bem em nenhum lado.

A minha alma reclama mais amor,
Que satisfaça esta grande paixão,
Que se hospedou no meu coração,
Cheia de ambição e me causa dor.

Necessito de viver mais consulado,
E não me basta esse amor brejeiro,
Que me causa grande insatisfação.

Mas não quero pactos com o diabo,
Só preciso de um amor verdadeiro,
E que seja minha grande salvação.

Manuel Mar.
Torres Novas, 8/07/2016

Foto: Net

quinta-feira, 7 de julho de 2016

AS MÁGOAS SENTIDAS


























Manuel Mar. “Poesia”

AS MÁGOAS SENTIDAS

As mágoas sentidas da vida,
Fazem os meus olhos chorar,
Ando de a alma entristecida,
Pelos desgostos, sem medida,
Que já me fazem desanimar.

É com os olhos rasos de água,
Que fico quando penso nela,
Que me deixou tanta mágoa,
E a saudade não me perdoa,
Pois tanto a alma me flagela.

Fui pela má sorte desgraçado,
E já nem me quero lamentar,
Só quando lembro o passado,
Me sinto triste e abandonado,
Mas eu já nem a quero culpar.

Só quero fazer uma promessa,
Que me poderá ainda divertir,
Vou acabar com esta conversa,
Porque agora só me interessa,
Poder com alguém voltar a rir.

Manuel Mar.
®
Torres Novas,7/07/2016

 Foto: Net

O VIAGEIRO

























Manuel Mar. “Poesia”

O VIAGEIRO

Sou um viageiro do mundo,
E que caminho sem destino,
Levo o alforge de peregrino,
E vivo num sonho profundo.

O destino é sempre distante,
Fica bem além do horizonte,
Passo nos vales subo montes,
Vou andando lá para diante.

E à noite observo as estrelas,
Em busca de amor e carinho,
E porque ando aqui sozinho,
Vou sonhando com donzelas.

Eu já levo dentro da mochila,
As prendas que a vida me dá,
Não vivo vida boa nem a má,
Quero é chegar ao fim da fila.

E vou seguindo no meu sonho,
Só vivendo no meio das flores,
Se não tenho sorte nos amores
Nas flores os meus olhos ponho.

Se o amor que me tem faltado,
Não foi por eu não o procurar,
Viajando sempre e a caminhar,
Para contar o meu triste fado.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 7/07/2016

Foto: Net

A ESSÊNCIA DA VIDA


















Manuel Mar.”Poesia”

A ESSÊNCIAL DA VIDA

O amor é tão essencial à vida,
Como o sangue, o é do corpo,
A vida pelo amor é concebida,
Sem sangue o corpo é o morto.

Mas é o amor que gera um ser,
Porque ele é essência da vida,
E precisa sempre de se exercer
A dois sexos opostos nessa lida.

São os momentos nesse paraíso,
Que unem o homem e a mulher,
E que formam a família ideal.

Mas na vida do amor é preciso,
A sua união familiar defender
Evitando males do mundo real.

Manuel Mar.
Torres Novas, 7/07/2016

Foto: Net

quarta-feira, 6 de julho de 2016

A SIMPATIA PORTUGUESA








































Manuel Mar.”Poesia”

A SIMPATIA PORTUGUESA

Uma flor linda nasceu em Portugal
Neste jardim à beira mar plantado,
Tem cara de sonho, cabelo dourado,
E maravilhosa beleza toda natural.

A sua simplicidade tem pura beleza,
E um fascínio com delicioso encanto,
Aquela simpatia que nos atrai tanto,
E sensibiliza mostrando tanta pureza.

Apresenta-se sem nenhuma vaidade,
Com a grande frescura da mocidade,
Num traje típico do melhor da Nação.

A sua real simpatia bem portuguesa,
A simplicidade da sua grande beleza,
Faz apaixonar facilmente o coração.

Manuel Mar.
Torres Novas, 6/07/2016

Foto: Net