Manuel Mar. “Poesia”
QUIMERA E ILUSÃO
A minha boca disse-te
verdades imerecidas,
E palavras meigas ditas
só para te acalmar,
As saudades dos bons
tempos já esquecidas,
Das horas de carinho por
ambos já vividas,
E que sem lamento estou
agora a lembrar.
Dei-te carinhos sem ter
os teus sentimentos,
Mas os teus sorrisos já
eram fingidos demais,
Suportei a tua indiferença
nesses momentos,
Que embora fossem já
para mim tormentos,
Esperava voltar a ouvir
no amor os teus ais.
O teu amor comigo era só
como a despachar,
A tua indiferença
tornou-se uma realidade,
Eu sentia que de mim tu
te estavas a afastar,
Mas sem querer isso não
quis nem acreditar,
E na verdade tu me
falavas só com falsidade.
Estudas-te tudo para de
mim tu te afastares,
Partiste, e para casa da
tua mãe foste viver,
Eu concordei e a casa lá
comprei para usares,
Depois falaste da ideia
louca de me matares,
Ameaças-te me, fiquei
sem saber o que fazer.
Quando depois no
fim-de-semana a fui ver,
Sem ela e os dois
filhos, a casa estava vazia,
Mas deixou lá uma última
carta para eu ler,
Que li banhado em
lágrimas e fiquei a saber:
Não queria viver mais
comigo, assim o dizia.
Manuel Mar.
®
Torres Novas,1/07/1974
Foto: Net
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